quinta-feira, 2 de julho de 2009

http://img.blogs.abril.com.br/1/comentarios/imagens/jorge-butsuen-dedoc.jpgMaysa Figueira Monjardim, mais conhecida como Maysa Matarazzo ou simplesmente Maysa (São Paulo[1] ou Rio de Janeiro [2], 6 de junho de 1936Niterói, 22 de janeiro de 1977), foi uma cantora, compositora e atriz brasileira.

Biografia

Segundo algumas fontes, Maysa teria nascido na capital paulista, numa família tradicional do Espírito Santo que logo se mudou para o Rio de Janeiro. Outras fontes, porém, afirmam que seu nascimento foi mesmo no Rio. Da capital paulista ou do Rio, é certo, no entanto, que em 1947 a família transferiu-se para Bauru, no interior paulista. Logo depois, mudaram-se novamente para a capital. Mesmo fixada em São Paulo, a família ainda mudaria de endereço várias vezes.

Maysa estudou no tradicional colégio paulistano Assunção, e em Paris no Sacré-Cœur de Marie. As férias, ela passava em Vitória, onde reencontrava os tios e os primos. E ainda na sua infância, também estudou no Colégio do Carmo em Vitória.

Casou-se aos dezoito anos com o empresário André Matarazzo, dezessete anos mais velho, amigo de seus pais, e membro da conhecida família italo-brasileira Matarazzo de cuja união nasceu Jayme Monjardim Matarazzo, diretor de telenovelas e cinema, que foi criado pela avó e, posteriormente, num colégio interno na Espanha.

Divorciada do marido (1959), que se opôs à carreira musical, e com seu temperamento boêmio, teve relacionamentos amorosos com o compositor Ronaldo Bôscoli, o empresário Miguel Azanza, o ator Carlos Alberto, o maestro Julio Medaglia, entre muitos outros.

Fez inúmeras temporadas de sucesso em diversas casas de São Paulo — como o João Sebastião Bar — e na cidade do Rio de Janeiro — como o Au Bon Gourmet dentre outras casas tradicionais e famosas. Excursionou pela América Latina, passando diversas vezes por Buenos Aires, Montevidéu e Lima. Apresentou-se em Paris, Lisboa e Luanda. A lua-de-mel com André Matarazzo consistiu numa viagem por toda a Europa, passando primeiro por Buenos Aires (na Argentina). Viajou o mundo todo.

O uso de álcool e moderadores de apetite deixavam seu temperamento instável. Foram conhecidos os escândalos que promoveu em hotéis e aviões de diversos países. Tentou o suicídio várias vezes. Supõe-se que o efeito de anfetaminas somado à ingestão de álcool, teria provocado o acidente de carro, na Ponte Rio-Niterói, que a matou, quando dirigia a "Brasília azul" em alta velocidade, indo para sua casa de praia em Maricá, litoral fluminense.

Carreira

Manteve contato com vários músicos da Bossa Nova, com os quais pôde expandir referências musicais. Excursionou pelo país ao lado do pianista Pedrinho Mattar, lotando casas de espetáculos como a Urso Branco na cidade de São Paulo.

Estilo

As composições e as canções foram escolhidas de maneira a formar um repertório sob medida para o seu timbre, que não era o de uma voz vulgar -- pelo contrário, possuía um viés melancólico e triste, que se tornou emblemática do gênero fossa ou samba-canção. Ao lado de Maysa, destacam-se Nora Ney, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo. O samba canção (surgido na década de 30) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 50, em 1957), com o qual Maysa se identificou. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas históricas com a bossa, é o de uma cantora de voz mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do bolero.

Foram celebrizadas as seguintes interpretações: Felicidade Infeliz (Maysa), Solidão (Antônio Bruno), Bom dia, Tristeza (Adoniran Barbosa/ Vinicius de Moraes), Tristeza (Haroldo Lobo/ Niltinho), Ne Me Quitte Pas (Jacques Brel) e Bloco da Solidão (Jair Amorim/ Evaldo Gouveia). Também foram consagradas as seguintes interpretações: Adeus, Agonia, Dindi, Eu sei que vou te amar, Marcada, Meu mundo caiu, Não vou querer, Ouça, Resposta, Rindo de mim, Tarde triste, O barquinho.

Contemporânea da compositora e cantora Dolores Duran, Maysa compôs 26 canções, numa época em que havia poucas mulheres nessa atividade. Todas foram gravadas em Maysa por ela mesma, que alcançou grande sucesso. Maysa interpretava de maneira muito singular, personalista, com toda a voz, sentimento e expressão. Um canto gutural, ensejando momentos de solidão e de grande expressão afetiva. Um dos momentos antológicos desta caracterização dramática foi a apresentação, em 1974, de Chão de Estrelas (Silvio Caldas e Orestes Barbosa), e de Ne Me Quitte Pas (10 de junho de 1976), tendo sido apresentadas em duas edições do programa Fantástico da Rede Globo. Esse estilo Maysa exerceu influência nas gerações seguintes, com grande ascendência nas obras de Simone, Cazuza, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Ângela Rô Rô, entre outros.

Em 1977, um trágico acidente automobilístico na Ponte Rio-Niterói encerrava a carreira e o brilho da estrela, que foi um dos grandes nomes da música brasileira.

A carreira da cantora foi retratada na minissérie Maysa - Quando Fala o Coração, exibida pela Rede Globo em 9 capítulos, do dia 05 ao dia 16 de janeiro de 2009. A série é de autoria de Manoel Carlos, protagonizada pela estreante atriz Larissa Maciel e dirigida por Jayme Monjardim, filho da cantora.


Discografia

  • Convite para ouvir Maysa (RGE, 1956) LP
  • Maysa (RGE, 1957) LP
  • Convite para ouvir Maysa nº 2 (RGE, 1958) LP
  • Convite para ouvir Maysa nº 3 (RGE, 1958) LP
  • Convite para ouvir Maysa nº 4 (RGE, 1959) LP
  • Maysa é Maysa... é Maysa... é Maysa (1959) LP
  • Maysa canta sucessos (1960) LP
  • Voltei (1960) LP
  • Barquinho (Columbia, 1961) LP
  • Maysa, amor... e Maysa (1961) LP
  • Canção do amor mais triste (1962) LP
  • Maysa (1964) LP
  • Maysa (1966) LP
  • Maysa (Som Indústria e Comércio S.A., 1969) LP
  • Maysa "Eu não existo sem você" (Produções Fermata, 1969) LP
  • Canecão apresenta Maysa (Som Indústria e Comércio S.A., 1969) LP
  • A personalidade de Maysa (Produções Fermata, 1969) LP
  • Ando só numa multidão de amores (Philips, 1970) LP
  • Maysa (Evento, 1974)
  • Para sempre Maysa (RGE, 1977) LP, Álbum duplo
  • Maysa "Bom é Querer Bem" (RGE/Fermata 1978), LP,
  • Maysa por ela mesma (1991) RGE CD
  • Canecão apresenta Maysa (Movieplay, 1992) CD
  • Tom Jobim por Maysa (RGE, 1997) CD
  • Barquinho (Sony/Columbia, 2000)
  • Simplesmente Maysa-Vol. 1 a 4 (2000) CD
  • Maysa - Quando Fala o Coração (Som Livre, 2009)

Curiosidade

Num dos programas Show do dia 7, da TV Record, canal 7 de São Paulo, nos anos 1960, os artistas tinham que cumprir tarefas. A Maysa coube destrinchar um frango. Sonia Ribeiro, a apresentadora, ofereceu-lhe uma tesoura de cortar frango (trinchante). Para surpresa de todos, Maysa pegou o frango com as mãos e o cortou todo nas juntas, ignorando a apresentadora.

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